2014-11-Eleicoes-x-Bolsa-Familia

Após pedido de averiguação, MPF aguarda relatório dos municípios. Em caso de fraude haverá suspensão.

O Ministério Público Federal (MPF), por meio da operação Raio X, está investigando irregularidades no programa Bolsa Família. Nesta primeira fase, o órgão constatou algum tipo de problema em 3% do total de benefícios concedidos em todo Brasil. No Vale do Taquari, 376 beneficiados apresentaram irregulares.

De acordo com o Procurador da República, Claudio Terre do Amaral, responsável por Lajeado e região, entre 2013 e maio de 2016 foi investigado o total de R$ 28,5 milhões. Deste montante, há suspeita em 1,117 milhão, o equivalente a 3,9%. “O MPF não quer acabar com o programa, mas sim dar o benefício as pessoas que realmente precisem dele”, pontua.

As irregularidades podem ser relacionadas a uma simples falta de atualização de cadastro, mas também podem ser comprovadas fraudes. Neste caso, o beneficiado perderá o Bolsa Família. Para que sejam analisadas as situações, os procuradores da República encaminharam 3 mil cartas de recomendação para os gestores municipais em todo o País.

Nestes documentos, que começaram a ser enviados em 18 de julho, eles solicitam que equipes se desloquem até os endereços dos beneficiários e verifiquem pessoalmente cada situação. No momento em que recebe a notificação, as prefeituras têm 60 dias para fazer a análise.

Na região, a maioria dos casos de irregularidades são de servidores públicos, falecidos, doadores de campanha eleitoral e empresários que estariam recebendo o benefício. “Não que um empresário não possa recebe-lo, mas normalmente ele não se enquadra nos pré-requisitos de pobreza ou pobreza extrema”, explica.

Ouça a entrevista: http://goo.gl/3DtHsg