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Aulas nas escolas estaduais serão retomadas na segunda (14), diz Cpers.

Em uma assembleia tumultuada na tarde desta sexta-feira (11), professores da rede estadual do Rio Grande do Sul decidiram suspender a greve em protesto contra o parcelamento dos salários dos servidores públicos. As aulas nas escolas estaduais devem ser retomadas na segunda (14).

A categoria estava parada desde 31 de agosto, data em que foi paga a primeira parcela dos salários, no valor de R$ 600. Após o pagamento da segunda parcela na quinta-feira (10), de R$ 800, várias categorias decidiram encerrar as paralisações. Só faltava a decisão os professores.

A assembleia foi realizada no Pepsi on Stage, na Zona Norte da capital. Segundo o Cpers-Sindicato, 3 mil professores estavam no local. Cerca de 2,5 mil estavam dentro da casa de espetáculos e outras 500 do lado de fora, acompanhando as decisões por um telão.
Houve tumulto após o anúncio do fim da greve. Professores contrários à decisão avançaram sobre as grades de proteção e tentaram invadir o palco onde estava a direção do sindicato. Eles foram contidos por seguranças, mas alguns objetos foram arremessados contra os diretores do Cpers.

Os professores descontentes com a decisão dizem que a direção do sindicato deveria ter feito uma recontagem de votos, já que a votação foi apertada. A direção do Cpers, no entanto, afirma que não houve dúvidas sobre o resultado da assembleia.

“Aqui dentro ficou muito parelho. O que decidiu foi o lado de fora, onde a ampla maioria votou a favor do fim da greve. Não ficou nenhuma dúvida”, disse a presidente do Cpers, Helenir Schürer, à Rádio Gaúcha.

Com a confusão, a assembleia foi encerrada antes de serem votadas as oito propostas aprovadas pelo Conselho Geral do Cpers em reunião pela manhã. Apenas duas propostas foram votadas, a que definiu o fim da greve e a que decidiu manter a unidade com as demais categorias do funcionalismo.

Apesar disso, ficou definido que, nos dias 15 e 22, os professores farão paralisações, junto com outras categorias, para protestar contras medidas do governo do Estado. Do mesmo modo, eles dizem que farão greve de três dias cada vez que os salários forem parcelados.

Mais cedo, servidores da área da segurança pública também decidiram encerrar a greve. Policiais civis e militares, peritos e agentes penitenciários, no entanto, dizem que vão manter as operações-padrão e a mobilização das categorias.
Após o pagamento da segunda parcela dos salários, na quinta-feira, o Movimento Unificado de Servidores do Rio Grande do Sul, que reúne 44 entidades de categorias afetadas pela medida, recomendou o fim das paralisações no estado.

Segundo o presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado (Fessergs), Sérgio Arnoud, a ideia é que todos os servidores permaneçam em estado de greve.
O movimento recomenda duas paralisações de 24 horas, nos dias 15 e 22, para pressionar contra a aprovação de projetos de lei do governo estadual enviados à Assembleia. Entre eles estão o PL 206, que altera regras da previdência do funcionalismo, e a proposta de elevação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).